quarta-feira, 21 de outubro de 2015

A HISTÓRIA DE MEGAN


A HISTÓRIA DE MEGAN


Eu estava pronta a deixar meu emprego. Eu já tinha chegado ao ponto em que detestava acordar de manhã, cheia de ansiedade quanto ao dia que nascia. A verdade é que eu adorava a minha posição como vendedora; eu gostava da linha de produtos e da maioria dos meus colegas. Era a minha chefe, a gerente do meu departamento que me deixava louca. Dificilmente passava um dia sem que ela achasse alguma coisa errada no meu trabalho e, embora fosse a vendedora que mais ganhava comissões naquela divisão, a minha chefe, Joanna, sempre achava algo errado. Eu estaria trabalhando na minha mesa quando ouvisse a voz fria de Joanna pedindo que eu fosse ao seu escritório.

Enquanto caminhava pela sala, eu percebia que o meu maxilar estava cerrado e que as minhas mãos haviam se fechado em punhos. Uma vez dentro do seu escritório, encarando o seu rosto zangado, eu tinha que responder a uma lista de checagem ritual de "Você fez______?" "Você cuidou da______?".
Ela continuava até que eu estivesse pronta para esganá-la. Muitas vezes, ela encontrava alguma pequena omissão para poder me criticar.

A essa altura, eu estava tão zangada que, ao voltar para a minha mesa, passava algum tempo fazendo buracos no meu mata-borrão com a caneta, enquanto pensava em fantasias de vingança.

Quando fui ao meu exame médico anual, o médico me preveniu que a minha pressão sanguínea e o meu colesterol estavam subindo. Ele perguntou sobre o meu nível de estresse no trabalho e me aconselhou a tomar alguma atitude. Na semana seguinte, um amigo me convidou a uma palestra sobre o "perdão". Nem me lembrei de Joanna quando fui à palestra. Para mim, ela estava além do perdão. Mas eu achei que talvez fosse hora de pensar em perdoar um antigo namorado - e além disso, era uma ocasião de ver o meu amigo.

As idéias que foram apresentadas lá eram completamente novas para mim e, para minha surpresa, fiquei inspirada a realmente começar a aplicá-las no meu relacionamento com Joanna. No dia seguinte, prometi a mim mesma que veria tudo que Joanna fizesse como um sinal de medo ou insegurança - e quando pensei bem sobre isso, soube que estava certa. Quando ela me chamou, respirei fundo três ou quatro vezes e caminhei o mais calmamente possível para o seu escritório. Foi a mesma rotina, mas dessa vez eu me lembrei de respirar fundo e tentei praticar o perdão.

Pela primeira vez, olhei bem para o seu rosto e vi marcas profundas do que parecia ser medo e raiva. Dessa vez eu elaborei as minhas respostas, tentando assegurar-lhe de que eu estava tomando conta dos negócios e de que tudo estava coberto. Inesperadamente, o rosto de Joanna suavizou-se um pouco. O questionário foi um pouco menor e ela disse adeus com um calor pouco característico.

No dia seguinte, eu soube que seu filho adolescente sofria de um problema de saúde raro (o que aconteceu poucos meses depois do seu divórcio). A minha percepção de Joanna mudou de uma figura materna crítica e acuadora para a de uma mulher sobrecarregada, estressada e assustada. A medida que eu cultivava essa nova compreensão, comecei a ver que sob todo o medo, culpa e julgamento estava apenas outro ser humano tentando conseguir amor, reconhecimento e atenção do modo que achava melhor. O seu trabalho havia se tornado o último bastão de controle, de modo que ela lutava desesperadamente para garantir o sucesso do seu departamento. Agora, ao invés de querer matar Joanna, eu comecei a querer ajudá-la. Quanto mais eu fazia isso, menos medo ela tinha. Incrivelmente, ela passou a confiar em mim e ficamos amigas. Embora às vezes ela volte ao seu antigo comportamento quando está sob muita pressão, já não levo isso para um nível pessoal. Gosto de ir trabalhar e sinto-me mais produtiva porque não gasto tanta energia ficando zangada ou me recuperando das minhas reuniões.

História extraída do: "O LIVRO DO PERDÃO O CAMINHO PARA O CORAÇÃO TRANQUILO,                                 editora Rocco, 3ª edição, de autoria de Robin Casarjian.



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