quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O GOVERNO COMO REFLEXO DA SOCIEDADE


O GOVERNO COMO REFLEXO DA SOCIEDADE

“Os que estão em cima raramente empreendem coisas diferentes. Não lhes interessa mudar. O poder e a riqueza são benevolentes para com aqueles que o possuem. E os que se acham muito por baixo, esmagados ao peso da situação, gastam suas poucas energias na simples luta por um pouco de pão”
(Rubem Alves)

Nos tempos remotos da Idade Média a sociedade, de uma forma generalizada, era dividida em três classes: nobreza, clero e o povo.

A condição de nobre herdava-se com o nascimento. Já o clero era subdividido em alto clero (bispos, abades e outros dignitários) cujo poder tinha origem divina, e o baixo clero, constituído de pessoas que se destacavam pela sua riqueza, poder e consideração social. A última classe, maioria absoluta, constituía o povo e estes não possuíam poder ou privilégio algum e viviam unicamente às custas de seu trabalho.

A Nobreza gozava de privilégios, como isenção de impostos e leis próprias. Dentro da nobreza existiam diferentes categorias. Havia os que exerciam funções miliares, enquanto outros ocupavam cargos na política ou na administração. Os nobres eram grandes proprietários de terras, alguns obtinham lucros da sua participação no comércio e acumulavam riquezas. Em resumo, formavam a classe dos mais abastados e prestigiados da sociedade.

O Clero constituído de pessoas cultas, alfabetizadas também possuíam grandes propriedades de terras e na sociedade se ocupavam do culto religioso, do ensino, assistência e, assim como os nobres, gozavam de privilégios.

Já o povo, bem o povo, sustentava com o seu trabalho toda a sociedade. Constituíam a grande maioria da população e estavam sujeitos a deveres, obrigações, pagamento de impostos e não gozavam de privilégios e nem detinham poder algum.

Enquanto as duas primeiras classes se definiam em termos das marcas que possuíam por nascimento, poder divino ou prestígio social, os últimos afirmavam: “Por nascimento nada somos. Nós nos fizemos. Somos o que produzimos”.

Todavia, com a expansão do comércio, essa última classe começou a se interessar por produzir em maior escala, aprendeu a racionalizar o trabalho, empreendeu viagens para descobrir novos mercados, passou a comercializar, obtendo, com isso, lucros e riquezas.

E foi assim que essa última classe passou a contestar o poder inútil dos que ocupavam os lugares privilegiados da sociedade medieval, comparando com o poder de utilidade prática daqueles que mesmo sem possuírem quaisquer privilégios eram capazes de alterar a sociedade por meio de seu trabalho. Surgia, então, a burguesia.

Com o avançar do tempo e o fortalecimento da burguesia estes passam a aspirar o poder, visando a modificação da na estrutura social. E através da revolução comercial o utilitarismo do trabalho se impôs sobre a inutilidade dos privilégios e benefícios.Desde então, a burguesia passou a governar, na maioria dos países, as atividades das pessoas, o que nos levou séculos depois a um mundo globalizado e capitalista.

Esse sistema nos trouxe grandes avanços tecnológicos, conforto, conquistas materiais, mas neste ponto eu arrisco uma pergunta: A sociedade, em sua essência, se modificou? Leia novamente a citação inicial de Rubem Alves e tente responder.

A resposta foi não. Correto?

Para refletir um pouco mais tomemos como exemplo o nosso país Brasil. Os nobres de ontem nada mais são do que nossos políticos de hoje e que gozam de imensuráveis privilégios.  Para ficar mais claro vamos citar e descrever o cargo de Presidente da Câmara dos Deputados, órgão em tese de representação do povo.

Segundo fonte de notícias do site UOL publicado em 27 de janeiro de 2015, (http://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2015/01/27/casa-carro-e-47-funcionarios-conheca-as-mordomias-do-presidente-da-camara.htmo). O Presidente da Câmara recebe de salário a quantia mensal de R$ 33.700,00 (trinta e três mil e setecentos reais). Além do salário o presidente da Câmara tem direito a nomear 47 funcionários para o auxiliar no cargo. Juntos, os salários desses 47 funcionários custam R$ 4,2 milhões anualmente (doze salários, mais os valores referentes ao 13º salário). Além desses 47, é importante lembrar que todos os deputados (independente do cargo na mesa diretora) já têm direito a 25 funcionários e a uma verba de gabinete no valor de R$ 78 mil por mês. Na prática, o presidente da Câmara tem direito a 72 funcionários, que custam aos cofres públicos R$ 5,2 milhões por ano.

Fora essa estrutura o Presidente da Câmara ainda tem a seu dispor, para moradia, uma casa de 800 metros quadrados de área construída na região conhecida como Lago Sul, uma das mais nobres de Brasília. A casa tem quatro quartos, escritório, sala de jantar e piscina.

Tem direito a carro oficial com dois motoristas (em esquema de revezamento) à disposição.  Tem direito de viajar em aviões da FAB (Força Aérea Brasileira), sendo que os aviões só poderão ser utilizados se as viagens atenderem os seguintes requisitos: motivo de segurança e emergência médica, viagens a serviço e deslocamento para o local de residência permanente do presidente. Caso o presidente opte por viajar em avião de carreira, a despesa será paga pela Câmara.

Achou muito. Se contarmos que hoje o Brasil possui eleitos 513 Deputados Federais, 81 Senadores, 39 Ministérios, cada um possuindo vários funcionários atrelados e, contando ainda que eles têm direito ao salário, 13º salário, 14º salário e pasmem 15º salário, além das famosas e variadas ajudas de custos, tais como moradia, viagens, alimentação, cartão funcional e etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc e etc, você irá concluir que os privilégios e benefícios vão muito além aos da nobreza da época medieval.

Para se ter uma ideia mais ampla em 2003 o Governo Federal possuía um gasto com pagamento de pessoal na ordem de R$ 79 bilhões. Em 2013 alcançou a impressionante marca de R$ 222 bilhões. Atualizando esses dados para 2015, ao todo já são mais de 600 mil servidores, fora os mais de 100 mil nomeados em cargos de confiança. Segundo edição de nº 2365, de 27/03/2015, da Revista Isto É, para manter essa estrutura hoje já são gastos mais de R$ 400 bilhões anuais.

Falamos da Nobreza, mas quem seria o Clero de hoje?

Nada mais do que as pessoas detentoras de grandes capitais e bens, proprietárias de Empresas e Construtoras e que são intimamente ligadas ao Poder Público, e que financiam campanhas políticas em troca de favores, benefícios e privilégios, que fraudam licitações, que ganham contratos mediante o pagamento de propinas, com desvios de verbas ou superfaturamento e etc, etc, etc, etc, etc, etc, etc e etc, além de outras falcatruas e jogos de poder que sua mente conseguir imaginar.

Direta e indiretamente eles determinam o andamento da economia, no intuito de resguardar seus interesses escusos. Juntos a nobreza e o clero atuais conseguiram protagonizar o maior escândalo de corrupção já conhecido neste país, onde desviaram mais de R$ 35 bilhões da Petrobrás, fato que ficou amplamente conhecido pela sociedade como Operação Lava Jato, conseguindo, inclusive, que a nota do País no Mercado Internacional fosse rebaixada, como sinal de alerta aos investidores.

E o povo, bem o povo, como na Idade Medieval, continua sustentando toda a sociedade com o seu trabalho. Neste ponto, meu caro leitor, você deve ter se identificado com esta última classe e está se sentindo vítima da situação, correto?

Errado, meu caro leitor. Você é o responsável pela situação. E antes de ficar indignado com esta afirmação e interromper a leitura do texto, peço a gentileza que você acompanhe até o final, para depois tirar suas próprias conclusões.

Vejamos. Há quarenta anos atrás os vilões eram os Militares, que também podiam ser chamados de Nobres à época, pois eram detentores do Poder e determinavam o caminho a ser seguido. As pessoas que hoje estão no Poder, naquele tempo, constituía o povo oprimido, perseguidos políticos, muitos torturados e mortos pela ditadura. Com o passar do tempo, surgiram os movimentos sindicais, protestos pelo retorno da Democracia, tais como os da Diretas Já, sendo que muitos destes opositores fundaram o Partido dos Trabalhadores e hoje encontram-se governando o País.
Pois bem, essas pessoas que hoje estão no poder recentemente moveram sete (7) processos contra uma revista amplamente conhecida e conceituada na mídia por causa de algumas reportagens sob alegação de calúnia e difamação.
Esse mesmo partido pensa em processar o Ministro do STF Gilmar Mendes por ter, durante o seu voto a favor da proibição ao financiamento privado de campanha, ter discursado contra o partido. Fonte: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,pt-avalia-processar-gilmar-mendes,1764285
Ora, não eram essas mesmas pessoas que eram contra a censura e a falta de liberdade de expressão e opinião?
Esse mesmo governo pretende aumentar impostos, recriar a CPMF, até por decreto se for preciso. Fonte: http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,governo-cogita-subir-imposto-por-decreto, 1758011. Tudo isso contra a vontade popular e para cobrir o rombo no orçamento que eles mesmos criaram. Agora eu pergunto: Não eram essas mesmas pessoas que atestavam que governar por decreto era ditadorial e culpavam os militares pela dívida externa e pela inflação.
E antes que você pense que este texto é da direita, que o escritor é antipetista, capitalista ou a favor dos militares ou que acredita nesta separação sem sentido entre ricos e pobres, esquerda e direita, comunismo e capitalismo, elite branca e negros marginalizados, norte e nordeste x resto do páis, PT versus PSDB, ou está defendendo qualquer outro partido, candidato ou classe, afirmo que você está equivocado. Eu sou a favor do ser humano e da sociedade.
E neste momento do texto eu pergunto mais uma vez. Da época Medieval até agora, a Sociedade, em sua essência, se modificou?
A resposta, ainda é não, pois o ser humano, em sua essência, não se modificou. O macro apenas reflete o micro. O governo é espelho do seu povo. Nós ainda vivemos em uma ditadura, uma ditadura mascarada de democracia, que é a Ditadura do Poder.
A música “Que País é Este” foi escrita pelo falecido Renato Russo em 1978, na época da Ditadura Militar, e lançada pela Banda Legião Urbana em 1987, quando o Brasil já não estava mais sob o regime militar. Em um trecho a canção contém os seguintes dizeres: “Nas favelas, no Senado, sujeira pra todo lado. Ninguém respeita a Constituição, mas todos acreditam no futuro da Nação...”
A canção e sua letra são atemporais, ela foi escrita em 1978 e trinta e sete anos depois (37) estamos abordando os mesmos assuntos, sujeira pra todo lado, corrupção, desrespeito a Constituição. Tá certo que acrescentamos algumas coisa ruins, tais como a nova onda de arrastões nas praias cariocas. Em plena cidade maravilhosa que recebe a todos com a imagem do Cristo Redentor de braços abertos...A que ponto chegamos. Isso que é sujeira pra todo lado...
E você caro leitor, assim como eu, assim como toda a sociedade, somos responsáveis, pois fazemos em nosso mundo micro do dia a dia e dos negócios, tudo que os governantes fazem no mundo macro da política. Vou exemplificar partindo de uma experiência própria.
Há alguns anos atrás trabalhei em um grande banco privado deste país, na área de financiamento de veículos. Atuava como operador de negócios e atendia em média de 15 a 20 revendas de automóveis. O meu gerente tinha uma verba X para oferecer as revendas a título de acordo comercial. Nós como operadores, selecionávamos as revendas com maior potencial de vendas e fazíamos a seguinte proposta aos revendedores: Se você me passar X valor de financiamento no mês eu te devolvo Y em dinheiro a título de acordo comercial.
Muitos irão responder: E o que isso tem a ver. Isso é normal. Faz parte do mundo dos negócios. Saiba você que essa explicação tem um nome e Freud denominou de Racionalização, que é o processo de achar motivos lógicos e racionais aceitáveis para pensamentos e ações inaceitáveis, ou seja, para justificar seus próprios atos.
Explica-se: Quando um banco financia um veículo é porque uma concessionária ou revenda está efetuando uma venda e isso ocorre pelo fato de ter um consumidor realizando uma compra e, como ninguém dá nada de graça para alguém, muito menos Bancos, quem está pagando esse acordo comercial, esse comissionamento pago ao lojista, é você consumidor, é você como povo, pois o valor referido estará diluído nas suas suaves prestações embutidas de juros altíssimos, ou seja, o Banco vai receber de você e, em dobro, o que pagou à Revenda a título de comissão.
E você ainda corre o risco de pagar a taxa mais cara do mercado, porque o lojista não vai te oferecer a taxa mais barata se, com aquele banco ele não tiver acordo comercial, mas não vai pensar duas vezes em te empurrar a taxa mais alta se, deste banco receber o comissionamento.
E qual a diferença para uma Empresa ou Construtora que paga um valor para um Governo ou Partido Político para ganhar um contrato? No final, não é você que estará pagando a conta? A única diferença é que uma situação ocorreu no mundo micro dos negócios empresariais e a outra no mundo macro do poder político.
Caso você ainda não tenha se convencido de que é o responsável pela situação do país, ou alegue que não se encaixa na figura de responsável por não ter vivenciado nenhuma das situações até aqui descritas, então, eu peço licença para citar na íntegra um texto do Ilustre Escritor, já falecido, José Ubaldo Ribeiro, sobre o tema corrupção e com o título: Nós o Povo Brasileiro.
“A crença anterior era que Collor não servia, bem como Itamar e Fernando Henrique. Agora dizemos que Lula não serve. E o que vier depois de Lula também não servirá para nada.
Por isso estou começando a suspeitar que o problema não está no ladrão corrupto que foi Collor ou na farsa que é o Lula. O problema está em nós. Nós como povo.
Nós como matéria prima de um país. Porque pertenço a um país onde a “ESPERTEZA” é a moeda que sempre é valorizada, tanto ou mais que o dólar. Um país onde ficar rico da noite para o dia é uma virtude mais apreciada do que formar uma família, baseada em valores e respeito aos demais.
Pertenço a um país onde, lamentavelmente, os jornais jamais poderão ser vendidos como em outros países, isto é, pondo umas caixas nas calçadas onde se paga por um só jornal, deixando os demais onde estão.
Pertenço a um país onde as Empresas Privadas são papelarias particulares de seus empregados, desonestos, que levam para casa, como se fosse correto, folhas de papel, lápis, canetas, clipes e tudo o que possa ser útil para o trabalho dos filhos...e para eles mesmo.
Pertenço a um país onde a gente se sente o máximo porque conseguiu “puxar”a tevê a cabo do vizinho, onde a gente frauda a declaração de imposto de renda para não pagar ou pagar menos impostos.
Pertenço a um país onde a impontualidade é um hábito. Onde os diretores das empresas não valorizam o capital humano. Onde há pouco interesse pela ecologia, onde as pessoas atiram lixo nas ruas e depois reclamam do governo por não limpar os esgotos. Onde pessoas fazem “gatos” para roubar luz e água e nos queixamos de como esses serviços estão caros.
Onde não existe a cultura pela leitura (exemplo maior nosso Presidente, que recentemente falou que é muito chato ter que ler) e não há consciência nem memória política, histórica e nem econômica.
Onde nossos congressistas trabalham dois dias por semana para aprovar projetos e leis que só servem para afundar ao que não tem, encher o saco ao que tem pouco e beneficiar só a alguns.
Pertenço a um país onde as carteiras de motorista e os certificados médicos podem ser “comprados” sem fazer nenhum exame. Um país onde uma pessoa de idade avançada ou uma mulher com uma criança nos braços, ou um inválido, fica em pé, enquanto a pessoa que está sentada finge que dorme para não dar o lugar.
Um país no qual a prioridade de passagem é para o carro e não para o pedestre. Um país onde fazem um monte de coisa errada, mas nos esbaldamos em criticar nossos governantes.
Quanto mais analiso os defeitos do Fernando Henrique e do Lula (hoje a Dilma), melhor me sinto como pessoa, apesar que ainda ontem “molhei” a mão de um guarda de trânsito para não ser multado.
Quanto mais digo que o Dirceu é culpado, melhor sou eu como brasileiro, apesar de ainda hoje de manhã passei para trás um cliente através de uma fraude, o que me ajudou a pagar algumas dívidas.
Não. Não. Não. Já basta.
Como “MATÉRIA PRIMA” de um País, temos muitas coisas boas, mas nos falta muito para sermos os homens e mulheres que nosso país precisa.
Esses efeitos, essa “ESPERTEZA BRASILEIRA”, congênita, essa desonestidade em pequena escala, que depois cresce e evolui, até converter-se em casos de escândalo, essa falta de qualidade humana, mais do que Collor, Itamar, Fernando Henrique ou Lula (e hoje Dilma), é que é real e honestamente ruim, porque todos eles são brasileiros como nós, ELEITOS POR NÓS.
Nascidos aqui, não em outra parte...Me entristeço. Porque ainda que Lula (agora Dilma) renunciasse hoje mesmo, o próximo presidente que o suceder terá que continuar trabalhando com a mesma matéria prima defeituosa que, como povo, somos nós mesmos.
E não poderá fazer nada...Não tendo nenhuma garantia de que alguém o possa fazer melhor, mas ENQUANTO ALGUÉM NÃO SINALIZAR UM CAMINHO DESTINADO A ERRADICAR PRIMEIRO OS VÍCIOS QUE TEMOS COMO POVO, NINGUÉM SERVIRÁ.
Nem serviu Collor, nem serviu Itamar, não serviu Fernando Henrique, e nem serve Lula, nem servirá o que vier. Qual é a alternativa? Precisamos de mais um ditador, para que nos faça cumprir a lei com a força e por meio do terror? Aqui faz falta outra coisa.
E enquanto essa “outra coisa” não comece a surgir de baixo para cima, ou de cima para baixo ou do centro para os lados, ou como queiram, seguiremos igualmente condenados, igualmente estancados...igualmente sacaneados!!!
É muito gostoso ser brasileiro. Mas quando essa brasilinidade autóctone começa a ser um empecilho às nossas possibilidades de desenvolvimento como Nação, aí a coisa muda...Não esperemos acender uma vela a todos os Santos, a ver se nos mandam um Messias.
Nós temos que mudar, um novo governador com os mesmos brasileiros não poderá fazer nada. Está muito claro...SOMOS NÓS OS QUE TEMOS QUE MUDAR.
Sim, creio que isto se encaixa muito bem em tudo o que nos anda acontecendo; desculpamos a mediocridade mediante programas de televisão nefastos e francamente tolerantes com o fracasso.
É a indústria da desculpa e da estupidez. Agora, depois desta mensagem, francamente decidi procurar o responsável, não para castiga-lo, senão para exigir-lhe (sim exigir-lhe) que melhore seu comportamento e que não se faça de surdo, de desentendido.
Sim, decidi procurar o responsável e estou seguro que o encontrarei. QUANDO ME OLHAR NO ESPELHO. AÍ ESTÁ. NÃO PRECISO PROCURÁ-LO EM OUTRO LADO.
E você o que pensa?” (José Ubaldo Ribeiro).
Assim, depois de refletirmos sobre esse maravilhoso texto do José Ubaldo Ribeiro, quando formos culpar a ditadura, os militares, a direita, o capitalismo, ou a democracia, a esquerda, o comunismo, o partido ou o político A,B,C ou D, ou qualquer outro fator de sua preferência, lembre-se que HÁ UM PAÍS CHAMADO BRASIL CLAMANDO, IMPLORANDO: “QUE TAL CAMINHARMOS PARA FRENTE?”
Estejamos cientes de que somente culpamos os outros pelo que temos dentro de nós mesmos, mas não queremos aceitar e ou reconhecer em nosso interior. A isso Freud também deu um nome, chama-se Projeção, que nada mais é do que projetar meus defeitos nos outros. Por isso que nosso governo não passa de uma imagem projetada da própria sociedade, do famoso “JEITINHO BRASILEIRO”, de querer ganhar vantagem em tudo, mesmo que em detrimento e prejuízo do outro.
Esse “Jeitinho Brasileiro”, ao qual Carl Gustav Jung definiria como Arquétipo Coletivo, é um vírus, uma doença grave, um Câncer Social, cujo verdadeiro nome é EGOÍSMO, onde cada um pensa em si, sem se preocupar com seu próximo.
Quando curarmos nosso egoísmo, ninguém no mundo estará mais discutindo sobre ditadura, democracia, direita, esquerda, capitalismo, socialismo, pois neste momento, haverá no mundo somente um movimento, o do SOLIDARIALISMO.
E a cura desse Câncer Social, o EGOÍSMO, passa por mim, passa por você, ou como disse José Ubaldo Ribeiro ou Michael Jackson, na música “Main in the Mirror” passa pelo homem ou mulher que está a sua frente no ESPELHO.
E quando chegarmos a esse dia, deixaremos de andar em círculos, pois o governo irá refletir uma nova imagem...a imagem de uma sociedade, MATÉRIA PRIMA DE UM PAÍS, MODIFICADA.
Neste dia, o verdadeiro Amor estará presente, substituindo o egoísmo latente no coração humano e, aqueles que estiverem no poder, seja a época que for, defenderão os interesses coletivos, ao invés de seus próprios interesses. As grandes empresas e pessoas detentoras de capitais e bens passarão a produzir não somente para acumular riquezas, mas também o suficiente para erradicar a miséria e varrer a pobreza e a fome do mundo, bem como passarão a investir em tecnologia não somente para criar mais conforto e fomentar o consumo desenfreado, mas também para equipar hospitais de qualidade, dando condições de todos terem acesso à saúde e construirão e estruturarão escolas para que todos tenham acesso à educação, no intuito de no futuro, todos, por merecimento, possam produzir e acumular suas próprias riquezas, mas sem esquecer do seu semelhante.
Neste dia a frase de Rubem Alves contida no início do texto será refeita nos seguintes termos:
“Os que estão em cima empreende coisas diferentes, pois lhes interessa mudar. O poder e a riqueza somente são benevolentes quando dá condições de todos os alcançarem e quando são revertidos em favor do próximo. E os que se acham por baixo não se sentem esmagados pelo peso da situação e gastam suas energias na simples luta, pela construção de um mundo melhor”
TEXTO DE AUTORIA DE CLAUDINEI ALMEIDA MILSONE.

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